sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

VI ABRIL QUANDO CRIANÇA


Vi Abril quando criança
Cravos vermelhos na mão
Criei-me no meio da esperança
Deste país fanfarrão
Parecia a Primavera
Numa grande plenitude
Ainda hoje estou à espera
E já nada mais me ilude
Aprendi que a liberdade
Constroi-se a respeitar
Mas meu povo na verdade
Tem-se vindo a degradar
Vota contra os seus direitos
Fala fala sem pensar
Até em si põe defeitos
Liberdade é usurpar
Pisa este pisa o outro
Falseia mesmo a família
Mente por tudo e por nada
Cria nos outros a raiva
De uma vida frustrada
Não liga ao pobre pedinte
Nem dois nem cinco nem vinte
Nada dá porque é casmurro
Tem de estar contra alguém
Menos no que lhe convem
Iguista e desordeiro
Engraixador interesseiro
Bígamo Fufa Paneleiro
E eu sei lá mais o quê
Não respeita nem criança
Pedofilia é cagança
Três machos de cada vez
Três putas lavam-lhe os pés
Mas quando chegar a velho
Vai a caminho do lar
E nós todos a pagar
Os porcos deviam estar
Num cativeiro à mistura
Separados dos humanos
Dos que trassaram seus plano
Dos que honraram
E trabalharam
Dos que Amaram e respeitaram
De noite e dia pintaram
Com trabalho e escravatura
A Bandeira Rubra e Verde
Que os leva à sepultura.




Nélio F. Viana da Mota. 08-01-2010

2 comentários:

  1. Realista e reflexivo. Também sinto essa revolta!
    Ah, se a revolta das palavras conseguissem fazer a diferença imediata!Não teríamos apenas utopia, mas também ação!Enquanto isso, lutemos e sonhemos!

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